|
Souza, Donaldo Bello de & Faria, Lia Ciomar Macedo de
(Orgs.). (2003). Desafios da Educação
Municipal. Rio de Janeiro, RJ, Brasil: DP&A.
480 páginas
ISBN 85 7490 261-6
Resenhado por Celia Regina Otranto
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
21 de dezembro de 2003
Desafios da Educação Municipal é
o título do livro organizado por Donaldo Bello de Souza e
Lia Ciomar Macedo de Faria, publicado pela DP&A Editora
(www.dpa.com.br). A obra tem o mérito de congregar 29
pesquisadores-especialistas que apresentam seus estudos e
experiências em 20 textos tendo como tema central os
impactos da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(LDB) – Lei 9.394/96 – e legislação
complementar nos sistemas públicos municipais de ensino.
É importante ressaltar, porém, que os diversos artigos
não se limitam a apontar as dificuldades decorrentes da
multiplicação dos municípios no território
brasileiro, mas primam pela indicação de caminhos que
possibilitam o enfrentamento dessas dificuldades. Os diversos
autores preocupam-se em demarcar os limites e possibilidades do
desenvolvimento da Educação Municipal no Brasil,
partindo de dois grandes focos de análise: a) financiamento
e gestão; b) níveis e modalidades de ensino. O
financiamento e a gestão do ensino são abordados com
enfoque especial para o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização
do Magistério (FUNDEF), fornecendo subsídios para a
compreensão e o controle das contas públicas
municipais. Já os níveis e modalidades de ensino
previstos na LDB são tratados a partir de uma ótica
político-pedagógica, com destaque para a
formação inicial e continuada dos professores que atuam
nestes diferentes níveis e modalidades.
O texto intitulado “O processo de construção
da Educação Municipal pós-LDB 9.394/96:
políticas de financiamento e gestão”, de autoria
dos organizadores, cumpre papel introdutório importante,
uma vez que fornece indicadores para a compreensão do
processo de descentralização da educação.
Elaborado a partir de levantamento bibliográfico realizado
sobre a produção acadêmica nacional publicada no
país a respeito da descentralização e
municipalização da educação, está
estruturado em 111 das cerca de 360 obras inventariadas pelos
autores. Em sua primeira seção, resgata antecedentes
históricos, relativos ao embate
centralização/descentralização presente na
legislação brasileira, com enfoque especial na
municipalização do ensino via
descentralização. Prossegue, focalizando o processo de
reforma do Estado brasileiro, apontando para a
intervenção dos organismos internacionais nesse
processo. Finaliza, analisando o estado do financiamento e da
gestão da Educação Municipal, levando em
consideração a Constituição Federal de 1988,
a LDB 9.394/96 e o FUNDEF.
Em seguida, o livro se divide em três partes. A Parte I
trata do financiamento e da gestão do ensino em âmbito
municipal, a partir de um enfoque político-institucional, e
está composta por sete artigos. O primeiro, “Estado,
planejamento e democratização da
educação”, de Jose Clovis Azevedo, destaca alguns
aspectos relacionados ao processo histórico de
formação do Estado brasileiro e suas repercussões
na definição do modelo de gestão pública da
educação adotado no país. O autor analisa
criticamente a concepção de educação como
direito dos cidadãos e dever do Estado, alertando que a
descentralização pode estar associada ao descompromisso
do poder central com a garantia do direito à escola
pública. Critica a idéia de educação
subordinada aos valores do mercado e aponta a
polarização existente entre o campo do direito e o do
mercado que perpassou as discussões e disputas ocorridas ao
longo da Constituinte, da elaboração da nova LDB, do
Plano Nacional de Educação e da criação do
FUNDEF.
Maria Celi Chaves Vasconcelos é a autora do segundo
texto, intitulado “Conselhos Municipais de
Educação: criação e implantação em
face das novas atribuições dos sistemas municipais de
ensino”, que discute as características presentes no
processo de criação e implantação dos
Conselhos Municipais de Educação (CME), apontando-os
como um dos principais alicerces dos sistemas municipais de
ensino pós-LDB. A autora não se furta, porém, de
criticar a forma como se dá a composição
política destes conselhos que, muitas vezes, culmina com a
indicação de membros que desconhecem as próprias
atribuições do CME.
A seguir, Bertha de Borja Reis do Valle discorre a respeito da
“Formulação dos planos de cargos e salários
e estatutos do magistério: a nova
legislação”. O artigo, que tem como foco
principal a valorização do magistério, apresenta
um histórico da profissão docente no Estado do Rio de
Janeiro, abordando a organização do magistério
estadual, os planos de carreira e a situação salarial
do magistério nos municípios fluminenses. A autora
conclui, trazendo alguns posicionamentos em relação
às discussões que permeiam, na atualidade, encontros e
debates nacionais sobre carreira docente, alertando para a
importância do momento atual nas determinações a
respeito dos planos de carreiras e aposentadorias dos professores
da rede pública.
O quarto texto, “Gestão financeira da
educação: o legal x o real?”, redigido por
Nicholas Davies, examina alguns elementos básicos sobre a
gestão dos recursos financeiros da educação,
chamando a atenção para a qualidade dos dados oficiais
disponíveis. O autor aponta os percalços sofridos pela
dificuldade de acesso e contabilização de dados, bem
como a desigualdade de recursos entre os governos. Denuncia as
falhas do FUNDEF e traça considerações a respeito
de um futuro Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização do
Magistério (FUNDEB).
Na seqüência, Candido Alberto Gomes, Beatrice Laura
Carnielli e Myriam Cristiano Maia Gonçalves, assinam o
artigo intitulado “Políticas federais de apoio: as
tortuosas ruas de mão-dupla das relações
intergovernamentais”. Nele, os autores apresentam,
inicialmente, uma visão histórica das
relações entre a União, Estados e Municípios,
do período imperial até os tempos atuais. Analisam os
quadros constitucionais e legais, até chegarem às
transferências de recursos financeiros do Ministério da
Educação (MEC) aos Estados e Municípios, com foco
principal no período entre 1997 e 2001. Especial destaque
é dado à municipalização do ensino
fundamental e ao papel do FUNDEF nesse processo.
“Avaliação da educação: novos
desafios em contexto de municipalização”, é
o título do sexto artigo de autoria de Alicia Bonamino e
Creso Franco. Nele os autores discutem as avaliações em
larga escala na Educação Básica, mais precisamente
o Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica (SAEB), apontando seus antecedentes,
características, potencialidades e limites. Os autores
concluem apresentando quatro alternativas, em ordem crescente de
complexidade, para a melhoria da interação do SAEB com
escolas e redes municipais de ensino.
O texto intitulado “Participação popular: a
escola como alvo do terceiro setor”, de Adolfo Ignácio
Calderón e Vlademir Marim, encerra a Parte I, abordando os
processos de incentivo à prática do voluntariado nas
escolas. O artigo analisa as raízes históricas da
participação popular na escola e as mudanças
paradigmáticas, visando facilitar a compreensão dos
novos contornos que essa prática assume em tempos de
hegemonia neoliberal. Examina a constituição do chamado
terceiro setor e seus impactos na escola, levando em
consideração as ações desenvolvidas pelo
voluntariado, por Organizações Não Governamentais
(ONGs) e pelo empresariado.
A Parte II do livro é composta por dez trabalhos com
enfoque político-educacional em torno dos níveis e
modalidades de ensino previstos na LDB, que afetam os sistemas
municipais de educação. O primeiro, assinado por Vera
Maria Ramos de Vasconcellos, Ligia Maria Leão de Aquino e
Ana Paula Santos Lima Lanter Lobo, tem por título “A
integração da Educação Infantil ao sistema de
ensino: exigências e possibilidades pós-LDB”, e
contribui, de forma efetiva, para subsidiar reflexões e
ações vinculadas à oferta de Educação
Infantil e sua integração ao sistema de ensino,
focalizando as políticas públicas governamentais e a
legislação pertinente. As autoras destacam a
importância da função pedagógica de
professores que atuam neste nível de ensino e identificam
documentos legais que redefinem o lugar da Educação
Infantil no contexto sócio-educacional brasileiro.
Mais adiante, Cecília Maria Aldigueri Goulart apresenta o
texto “A universalização do ensino fundamental, o
papel político-social da escola e o desafio das novas
políticas de alfabetização e letramento”. O
estudo, após um breve histórico a respeito da
difícil formação de uma população
letrada no Brasil, discute a importância da escola e o papel
relevante da linguagem na constituição dos sujeitos
sociais. A autora conclui, estabelecendo: a) aspectos que
considera básicos para a vida de uma política
educacional consistente; b) uma síntese de indicadores que
podem conformar novos caminhos e soluções para a
realização de tal política.
O terceiro artigo, “Formação de profissionais
da Educação Infantil: um desafio para as políticas
municipais de educação face às exigências da
LDB”, é assinado por Patrícia Corsino, Maria
Fernanda Nunes e Sonia Kramer. Apresenta e discute dados obtidos
na pesquisa Formação de Profissionais da
Educação Infantil no Estado do Rio de Janeiro:
concepções, políticas e modos de
implementação, realizada de 1999 a 2001, fazendo um
balanço das propostas de formação de profissionais
de Educação Infantil, em creches, pré-escolas e
escolas de Ensino Fundamental no Estado do Rio de Janeiro.
Após uma incursão na história e política da
Educação Infantil, analisa dados relativos à
formação, ingresso e carreira dos profissionais que
atuam neste nível de ensino. A parte final do artigo
apresenta conclusões e recomendações que foram
encaminhadas aos Municípios, pelas autoras, como
subsídios para as políticas voltadas à
infância e à formação de profissionais.
A discussão prossegue com Célia Linhares e Waldeck
Carneiro da Silva que discorrem a respeito das
“Políticas de formação de professores:
limites e possibilidades colocados pela LDB para as séries
iniciais do Ensino Fundamental”. Após apontarem as
contradições e ambigüidades na LDB, os autores
interpretam criticamente os atos legais voltados para a
formação de professores, a criação dos
Institutos Superiores de Educação, o impasse entre o
Curso de Pedagogia e o Normal Superior e o movimento nacional de
resistência às imposições legais. As
concepções e os interesses que alimentam esta disputa
são as principais questões analisadas pelos autores,
que buscam contribuir para a ampliação do debate
nacional a respeito do tema.
A Educação de Jovens e Adultos é o tema do
trabalho de Sandra Sales intitulado “Avanços e
retrocessos: refletindo sobre a educação de jovens e
adultos na década de 1990”. O texto se inicia com uma
análise dos debates nacionais e internacionais sobre a
Educação de Jovens e Adultos para , em seguida,
estabelecer comparação com as políticas em curso
no Brasil, na última década. Ressalta que, apesar do
debate ter avançado significativamente, as políticas
públicas para a área não evoluíram na mesma
medida. Aponta para a necessidade de garantir aos jovens e
adultos uma oferta permanente de educação, de forma a
atender as peculiaridades e interesses da população
atendida por esta modalidade de ensino.
Na seqüência, Neise Deluiz e Marise Ramos assinam o
artigo que tem por título “Educação
Profissional: iniciativas no âmbito dos sistemas municipais
de ensino e suas possíveis relações no
desenvolvimento de políticas de geração de
trabalho e renda”. O texto analisa a reforma da
Educação Profissional proposta pela LDB, regulamentada
pelo Decreto 2.208/97, levantando algumas iniciativas no
âmbito dos sistemas públicos municipais de ensino e as
parcerias para o desenvolvimento de políticas de
geração de trabalho e renda.
A Educação Especial está contemplada no artigo
de Júlio Romero Ferreira e Rosana Glat, sob o título
“Reformas educacionais pós-LDB: a inclusão do
aluno com necessidades especiais no contexto da
municipalização”. Após análise da
trajetória histórica da Educação Especial,
desde a década de 1970, até as reformas mais recentes,
os autores examinam a evolução do atendimento
educacional prestado aos alunos com necessidades especiais e o
acesso à escola comum. Concluem, apontando para a
necessidade de construção de uma escola inclusiva.
Prosseguindo, são analisadas a Educação Rural e
a Educação Indígena. A primeira, com o estudo de
Yolanda Lima Lobo e Roberto Faria intitulado “A
questão política do direito à educação
da população do campo”, que resgata os principais
marcos teóricos da política educacional brasileira para
o homem do campo, reconstrói o itinerário dos
compromissos legais do Poder Público com a
Educação Rural, salienta o papel dos movimentos sociais
no campo e a formação de cidadãos portadores de
direitos. Já a Educação Indígena é
apresentada sob o curioso título “Maino’i e
Axi’já: esboço do mapa da Educação
Indígena no Rio de Janeiro”. Na cultura indígena,
Maino’i é um beija-flor de bico comprido que
traz boas notícias e axi‘já é um
pássaro de peito avermelhado e barriga amarela cujo canto
agourento pressagia desgraça. Esses dois pássaros guiam
o artigo de José Ribamar Bessa Freire que avalia as medidas
políticas relacionadas à Educação
Indígena no Rio de Janeiro, discutindo, numa perspectiva
histórica, o confronto entre processos não
escolarizados e a experiência escolar.
“Educação a Distância: entre a
legislação e a realidade”, de autoria de Raquel
Villardi, encerra a Parte II do livro. Neste artigo são
apresentadas as questões centrais sobre a
utilização da Educação a Distância como
política de ampliação da oferta de
educação pública a partir da LDB. Após
análise dos documentos legais que regulamentam esta oferta,
a autora conclui com as perspectivas para a próxima
década, focalizando, preferencialmente, a questão da
formação docente nessa modalidade educativa. Para
Villardi, “a opção pela formação
docente a partir de ambientes tecnológicos é uma
opção pelo futuro”.
A Parte III apresenta um balanço dos limites e
possibilidades de municipalização da educação
pós-LDB e é constituída por dois artigos que visam
cumprir papel conclusivo a respeito do conjunto de temáticas
abordadas na obra. O primeiro, “Governo FHC: ‘toda
criança na escola?’ — quando 1 + 1 é mais
que 2 ... nas estatísticas oficiais”, de Nicholas
Davies tem um enfoque quantitativo. Analisa a evolução
das estatísticas educacionais brasileiras entre 1997 e 2002,
com foco no Ensino Fundamental Regular. O segundo é assinado
pelos organizadores do livro que, em texto intitulado
“Limites e possibilidades da Educação Municipal
pós-LDB (9.394/96)”, e apoiando-se fundamentalmente,
no conjunto de fontes que balizam o conteúdo da obra,
apresentam sob uma vertente qualitativa, uma conclusão
global das questões discutidas. O texto tem o mérito de
apresentar um breve balanço sobre as dificuldades
enfrentadas pelos governos municipais para efetivarem a
municipalização do ensino e algumas
proposições que podem contribuir para a
transposição desses entraves.
Como se pode perceber, é uma grande obra. Não
só pelo número de páginas (480) mas também, e
principalmente, pela qualidade dos textos que a integram. É
justamente a qualidade dos artigos que me faz classificá-la
como antológica, indispensável a todos aqueles que se
proponham a entender, estudar e enfrentar “os desafios da
educação municipal”. O livro cumpre, com
desenvoltura, o papel de promover uma análise crítica
global a respeito das alterações impostas, pela atual
LDB e pela legislação que a regulamenta, nos sistemas
municipais de ensino. Por esse motivo, se torna um
indispensável referencial teórico, para subsidiar, nos
mais diversos fóruns, quaisquer discussões relacionadas
à educação municipal.
“Desafios da Educação Municipal” se
constitui no primeiro produto do Projeto de Pesquisa de seus
organizadores denominado Mapa Estadual das Reformas
Educacionais Pós-LDB 9.394/96: Leituras, Posicionamentos e
Ações das Secretarias Municipais de Educação
do Estado do Rio de Janeiro (2001-2004), em desenvolvimento
pelo Núcleo de Estudos em Políticas de
Educação (NUEPE) da Faculdade de Educação da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Um segundo
produto da mesma pesquisa já está em fase de
conclusão e remete a um levantamento bibliográfico
exaustivo (360 estudos) disposto na forma de uma bibliografia
comentada acerca da produção acadêmica nacional
publicada no país (teses, dissertações, livros,
artigos etc.), compreendida no período 1996 – 2002,
sob o título Descentralização e
Municipalização da Educação no Brasil: um
recorte da bibliografia nacional pós-LDB (1996 –
2002). Pelo alto nível qualitativo do primeiro, a
expectativa é grande em relação ao segundo. É
aguardar e conferir!
Sobre os autores do livro
Donaldo Bello de Souza. Doutor em Educação
pela UFRJ. Professor Adjunto, Procientista e Coordenador do
Núcleo de Estudos em Políticas de Educação
(NUEPE) da Faculdade de Educação da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Pesquisador da
Fundação Carlos Chagas Filho – Amparo à
Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Pesquisador nas
áreas de Trabalho-Educação e Políticas
Públicas de Educação. (donaldosouza@hotmail.com).
Lia Ciomar Macedo de Faria. Doutora em
Educação pela UFRJ. Professora Adjunta e
Subcoordenadora do Núcleo de Estudos em Políticas de
Educação (NUEPE) da Faculdade de Educação da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Professora
Titular do Programa de Pós-graduação em
Educação do Instituto Superior de Estudos
Pedagógicos (ISEP). Secretária Municipal de
Educação de Niterói, RJ (1991-1993 e 1994-1997),
Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro
(1999-2001). Coordenadora da UIPS (Internacional Socialista) na
América Latina. Pesquisadora da Fundação Carlos
Chagas Filho – Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ) nas áreas de História Oral da
Educação e Políticas Públicas de
Educação. (liafaria@terra.com.br).
Acerca da autora da resenha
Celia Regina Otranto.
Professora da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
(UFRRJ). Doutora em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade pela
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Mestre em
Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ). Pesquisadora nas áreas de Política Educacional
e História da Educação.
(celiaotranto@terra.com.br; http://www.celia.na-web.net).
Reseñas Educativas/ Resenhas Educativas
publica reseñas de libros sobre educación, cubriendo
tanto trabajos académicos como practicas educativas.
Todas las informaciones son evaluadas por los editores:
Editor para Español y Portugués
Gustavo E. Fischman
Arizona State University
Editor General (inglés)
Gene V Glass
Arizona State University
Reseñas Educativas es firmante de la Budapest Open Access Initiative.
| |
No hay comentarios:
Publicar un comentario